dimanche 19 avril 2009

A minha muito especial ternura pelo meu irmão Zé


Fui o último rebento de uma ninhada de 8 filhos da Laura e do Alberto.
Minha mãe chamava-me o seu Cúcio...
Nunca soube exactamente o que queria dizer cúcio, mas parece-me que era "o último da ninhada"...

Como ela me disse um dia: Eu era o último mas..."de primeira apanha"!

O Zé Manel foi o primeiro macho da fornada. Primeiro veio a Lila, depois o Zé. Eu sempre gostei muito do Zé, desde aqueles tempos em Lisboa, na casa da tia Judite, ali na Cruz de Soure, quando ele era um bonito rapaz e namorava a nossa querida Maria do Carmo.


Mais tarde, já na Fábrica das Malhas, no Cacém, quando eu lá trabalhava, haviam igualmente o meu irmão Carlos e o Fernando. Éramos quatro irmãos na mesma casa. Todos Carmos! A Maria do Carmo tratava de todos nós: cama, mesa, e roupa lavada.

Eu chamava-lhe a Maria dos Carmos...

Ela era linda, com seus olhos dum azul muito azul e transparente, e aquele bonito largo sorriso a cobrir-lhe toda a sua bela face, permanentemente...

Ela chamava-nos "a sua tropa"! Éramos quatro magalas muito jeitosos. O Zé parecia-se com o actor, então muito em voga, Tyron Power. O Fernando era giro, e o Carlos também bonitão.

Eu era, mesmo "sem retoques", nada de deitar fora!


Depois havia a Lurdinhas, a filha deles, que era como um anjinho que nos tinha caído do céu, e que muito frequentemente vinha aterrar nos meus ombros...

Foram uns tempos tão felizes, esses tempos de outrora...

Uma ternura muito especial pelo Zé, chegou-me quando perdemos a nossa saudosa Maria dos Carmos, e quando ele, no meu Recital de Poesia, em Mafra, sentado na primeira fila, os seus olhos se encheram de lágrimas quando eu disse poemas que falavam da minha infância e da nossa querida Mãe Coragem...

Assim como eu choro cada vez que oiço o fado da Amália que eu cantava de regresso do mercado, com a Maria dos Carmos...

"Não sei Porque te Foste Embora"

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