Foi por esta Carmen Dolores, no filme Amor de Perdição, com o António Vilar, que comecei a descobrir a beleza da mulher. Eu era ainda um putozinho e, como não tinha dinheiro para comprar o bilhete, esgueirava-me pela estreita janela dos urinóis, nas traseiras do Cine-Teatro de Mafra, e ia sentar-me no chão, frente à primeira fila. Foi aí, sentadinho no chão, que comecei a descobrir todas as inesperadas revelações que a vida me reservava... Aí aprendi a dureza da vida! Não havia dinheiro para comprar bolos nem botas, mas aos intervalos aprendi com os grandes a fumar beatas encontradas pelo chão.
A Carmen Dolores foi um dos meus primeiros ídolos! A sua beleza estonteava-me e, assim, apaixonei-me pela primeira vez por uma estrela de cinema.
Muitos anos mais tarde, recentemente, no lançamento do meu livro Vagas, tive a honra de ter Carmen Dolores lendo dois dos meus poemas: "O Cais do Sodré" e "Presságio"!
Se tivermos esperança, a vida traz-nos sempre boas surpresas. Só é preciso estarmos de braços abertos para elas.
RépondreSupprimerBeijo
Acho a actriz Carmen Dolores maravilhosa e por ela aqui vim parar. Do pouco que vi gostei muito, o poema "Mãos" é inquietantemente lindo. Obrigada.Da Madalena.
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