Deve ser tarde porque os ruídos cessaram,
os
nem uma tábua da cama ao mudar de
nem atrito dos lençóis entre as minhas
Lá fora,
os candeeiros iluminam a rua a baixa
que não chegam a banhar reflexos
Deve ser tarde porque os cachorros desistem
imóveis nos tufos dos canteiros,
tão inertes que
Estou acordada
se calhar uma pedra eu também.
Na rua, à esquina,
intercepção de duas ruas
espreita a lua.
Lavanta-se o vento
acariciando as folhas das
Parece que existem momentos
nos quais há
levantam-me
dedos
isto o espaço de
e eu sozinha de novo.
Pergunto-me
não cheiro nem som,
ou tão somente
Sorrio, escapando essa parvoíce a que chamam
que me importa a ternura,
importa-me
os meus, os da casa, os
quando correm atribulados de
o mundo em resumo, permitam-me
e me sinta viva com os
para serenamente manter-me longe
dos que julgam que nos perderam
e
mantém-te longe e
tanto quanto eu me mantenho longe
Hoje não sei o que se passa comigo,
não há
esta no
daqui a nada rebenta
Silêncio.
E os dentes na almofada a morder recordações,
sussurrar mistérios de baú no interior da alma,
visto que é no silêncio e quando menos se espera
que os baús se lamentem.
No Facho em Dezembro,
havia alturas em que o
que ganas de beijar as pedras,
reencontra-las,
oferece-las àquele a quem gostava de dizer tantas
cacarejar de tolices, intimidade que por
Descobri, no que respeita ao horizonte,
torna-se
não um risco como
o risco ausente de forma que impossível é saber
o sítio em que o céu se dobrava e
em que a espuma a franzir-se
sem marcas de pés ao
e eu, não de braços afastados, pegados
-Quem não se entrega, desmerece ter Alma.
A minha, não me sai do corpo,
protesta fechada e
Salpico de azul o negro da noite,
rumo a um novo Despertar.
Anabela Silva Gonçalves
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